quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Chávez é o peru eleitoral

Domingo haverá eleições regionais na Venezuela. A julgar pelos comentários na imprensa brasileira, Hugo Chávez sairá derrotado. De qualquer jeito. Independente dos resultados.
Claro, agora é fácil tripudiar. Basta os governistas vencerem em menos de 20 das 22 províncias (sua abrangência atual): 70% dos governos (15) parecerão uma enorme queda no poder do presidente-demônio. Ademais, cada pequeno rincão desolado receberá importância crucial para o país, desde que passe para administradores oposicionistas. E os dissidentes serão heróis.
Até perder por 0,7% no plebiscito reformista, Chávez ganhou tudo que disputou, inclusive um golpe de Estado, principalmente seguidas (e desnecessárias) reafirmações de sua legitimidade. E sempre combatendo uma elite poderosa, a grande mídia local e o governo dos EUA. Chegou ao teto, foi reeleito até 2013 e começou a perceber que não está imune a um processo natural e inevitável de desgaste político-administrativo. Mas sua força permanece, como indicam as pesquisas.
As torcidas, pró e anti-Chávez, babarão em seus delírios de revanchismo e mistificação. Restará uma pequena fresta de realidade a ser perscrutada em meio à ideologização boboca.

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