sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Croquete de Nelson Hubner


O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica escaparia da fritura se recusasse o constrangedor papel de vilão de novela mexicana que inventaram para ele. Até os parafusos das rotativas da Folha da Manhã sabem que a cobrança indevida das tarifas é obra dos responsáveis pelas privatizações no setor, realizadas no governo FHC.

Os jornalistas fingem que são imbecis porque pega mal chafurdar nessa lama em pleno ano eleitoral. Então trituram um burocrata indefeso até saciar a fome da platéia. E dormem todos tranqüilos.

Hubner deve copiar a estratégia agressiva que utilizam contra ele. Primeiro, diz à mídia que vai cumprir todas as exigências da CPI, desde que os responsáveis pelo golpe sejam identificados e punidos. Em seguida, mobilizando o setor jurídico do Ministério de Minas e Energia, recorre à Lei de Responsabilidade Fiscal (e a quantas outras houver) para cobrar o rombo dos privatas.

Não que o Judiciário fosse bulir em tamanho vespeiro, e o escárnio das redações seria inevitável. Mas alguém precisa começar a dizer verdades antes que a repetição de bobagens nos convença de que servidores devem ser exonerados porque respeitaram contratos.

Um comentário:

Pax disse...

Há mais coisas debaixo desse imbroglio. Sem alongar muito, o próprio Edson Lobão foi a público e disse em viva voz: "Corrigiremos a falha e devolveremos o dinheiro pago a maior". E...?

Não discordo da questão do nascimento do problema, mas vale atentar que empurrar o mesmo com a barriga não é lá boa solução. Algo como uma avestruz enterrar a cabeça num buraco para não ver o perigo que se aproxima.

Há mais que condições de elaborar proposições para alterar o que quer que seja, em todos os âmbitos, há mesmo obrigações que não estão sendo cumpridas. Seja em que poder a questão vier a parar, Executivo, Legislativo ou Judiciário.

Vale perseguir estes porquês, no meu entendimento, se quisermos uma melhor equação para as Agências Reguladoras.