quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

“As brasas”


A versão em português, da Companhia das Letras, deriva de uma tradução italiana do romance original húngaro. Parece um pouco diluída, talvez desnecessariamente repetitiva. Nem mesmo o título é preciso. Azar nosso. Podemos apenas adivinhar a força do texto de Sándor Márai (1900-89), narrando o triste acerto de contas entre dois anciãos, que se reencontram a sós, num castelo, depois de quarenta anos.

O primeiro parágrafo

“De manhã o general esteve muito tempo na adega do vinhedo. Fora até lá antes do amanhecer, junto com o vinhateiro, porque dois barris de seu vinho haviam começado a fermentar. Quando terminou de engarrafá-lo e voltou para casa, já passava das onze horas. Sob as colunas do pórtico revestido de pedras úmidas cobertas de mofo, o couteiro o esperava e entregou uma carta ao patrão, que acabava de chegar.”

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