sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ponto com nó


O levantamento de gastos do casal FHC provava a hipocrisia da imprensa oposicionista nas denúncias dos cartões corporativos do governo Lula. O dossiê dos aloprados fornecia atalhos investigativos para desvendar a máfia das ambulâncias, que operou no Ministério da Saúde na gestão de José Serra. O caseiro Francenildo recebeu uma soma vultosa em sua conta bancária, sem que até hoje alguém tenha dado uma explicação plausível para o depósito. Romeu Tuma e Roseana Sarney demoraram décadas para cair nas garras midiáticas, enquanto Orestes Quércia desfruta impunemente da aliança demotucana em São Paulo.

Os escândalos do governo Lula foram uma sucessão de cortinas de fumaça para encobrir suspeitas envolvendo os amigos da mídia com eventuais deslizes dos seus inimigos. Mas aqueles episódios ainda preservavam uma abrangência pouco mais que pessoal e localizada. Por isso tiveram a repercussão preventiva de praxe e depois sumiram. Coisa muito diversa é alguém puxar capivaras de gente como Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros e Verônica “Dantas” Serra. Não precisa de guru indiano para saber que vem chumbo grosso pela frente. Subestimar a força dessa reação é um erro gravíssimo.

3 comentários:

Humberto Carvalho Jr. disse...

Quero saber o que o Serra, sua filha e os aliados vão fazer quando o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., "Os Porões da Privataria", for publicado.

Ribeiro Jr. promete que seu livro, além de descrever com detalhes os bastidores das privatizações durante o governo FHC, desnuda as espúrias relações de tucanos e aliados com empresas offshore para trazer dinheiro oriundo de paraísos fiscais para o Brasil.

A mídia gorda também não se preocupa em descobrir o interesse das investigações sobre a filha de Serra. Verônica Serra é sócia da irmã de Daniel Dantas em Miami (aqui, no blog Imprensa Marginal). Mas a informação, segundo a imprensa corporativa, não possui interesse público.

Abraços, Scalzilli!

Unknown disse...

Quércia e Serra ja estiveram juntos em outros momentos imortantes da história política do país e colheram bons frutos da parceria. Por que não poastar nela agora?

Unknown disse...

Humberto, até lá tem muita coisa para acontecer. O Amaury Ribeiro Jr, e seu próprio livro, ainda são espectros rondando o serrismo. Esperemos para ver. Já houve muita investigação promissora (Banestado, pedágios, Alstom, etc) que não deram em nada.

Renata, estou certo de que Serra e Quércia colheram bons frutos com a parceria. Nós é que não.

Abraços do
Guilherme