sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A bala de prata


Considero a expressão equivocada, por todas as suas conotações pejorativas, mas rendo-me à disseminação que teve na blogosfera. Não duvido que possa aparecer algum factóide novo para atingir Dilma Rousseff, embora acredite que essa última tentativa já foi esboçada no escândalo envolvendo Erenice Guerra.

A imaginação alimenta inúmeras hipóteses conspiratórias. A experiência de Dilma na guerrilha e na prisão e sua doença recente ainda me parecem pouco exploradas por seus adversários. A imprensa corporativa continua tentando exumar os arquivos da ditadura, que devem conter excrescências homéricas. Existe muito Michel Temer para escarafunchar por aí. E há sempre aquela denúncia vazia, aquele acidente macabro, a gafe constrangedora, os malfeitores barbudos com camisetas da candidata.

Sabemos que a mídia vomitará suas bravatas, que o Datafolha apostará na cômoda incerteza de sempre, que os boateiros e baderneiros remunerados trabalharão incansavelmente, mas tudo isso é previsível e quase inevitável. Se Dilma garantir nas últimas pesquisas uma vantagem superior a 5% sobre a soma dos outros candidatos, será eleita no domingo. Abaixo disso, acredito em segundo turno – que, aliás, apenas postergará o inevitável.

Mas a Presidência já deixou de preocupar a oposição. Sua grande meta (sua, digamos, “bala de bronze”) é impor derrotas localizadas aos aliados de Lula. Principalmente finalizando já as disputas em Minas Gerais e São Paulo e levando a do Rio Grande do Sul para o segundo turno. Penso que a militância deveria se concentrar nessas batalhas regionais. Elas terão influência muito maior que o triunfo imediato de Dilma Rousseff.

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