quinta-feira, 3 de março de 2011

“127 horas”



Foi impossível manter uma completa surpresa acerca do enredo, pois a imprensa (críticos inclusive) fez a gentileza de contá-lo aos poucos, até o final. Sendo uma história real, e célebre, ficaria muito difícil escondê-la. Só posso imaginar o impacto do desenlace para espectadores que não a conhecem.

James Franco, arrebatador, talvez seja uma das injustiças do Oscar, subestimada por sua fraca atuação como apresentador do prêmio. O imenso desafio técnico do roteiro foi vencido pela entrega do ator e pelas firulas visuais de Danny Boyle, desta vez bem aplicadas. A exuberância do canyon também ajuda.

Quem já vivenciou perrengues aventurescos entenderá tudo aquilo muito bem: a busca pela solidão, os equipamentos, as técnicas, as alucinações, os dilemas. É angustiante constatar que você tem a flacidez de miolos necessária para cair na mesma enrascada de Aaron Ralston, mas nenhum dos seus conhecimentos e da sua coragem para sair dela. Preciso urgentemente fazer um curso de salvamento.

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