sexta-feira, 3 de junho de 2011

Baixaria


Jamais defendi que a eleição dos membros da Academia Brasileira de Letras fosse condicionada por critérios de excelência artística. Homenagens de qualquer natureza já são muito subjetivas e permeáveis a compadrios e interesses comerciais, e soaria hipócrita basear um dos mais cobiçados galardões do país em “merecimentos” difusos.

É evidente que a importância de uma personalidade para a literatura brasileira independe de pretensões autorais ou de variáveis ideológicas. Talvez o ambiente da Academia seja mesmo institucional demais para debates criativos. Além disso, as próprias regras da disputa restringem sobremaneira o perfil daqueles que se dispõem fazer uma verdadeira campanha eleitoral entre os imortais.

Isto posto, nada justifica a sagração recebida por Merval Pereira. Sua candidatura deveria ter sido tratada como uma brincadeira de mau-gosto, uma pândega para entreter os bons velhinhos. Um sujeito como Pereira usando o valioso fardão e comendo sequilhos à custa do contribuinte é uma afronta à imagem da Academia e à inteligência do público. Um dos episódios mais tristes da história da ABL.

Um comentário:

Zatonio Lahud disse...

Sem comentários. Perfeito!