segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pândega



Há inúmeras razões para comemorar a quebra do monopólio esportivo da Globo. E tem sido engraçado ver o noticiário da neodemocrática organização da família Marinho ignorando os Jogos Pan-Americanos que não lhe pertencem. Mas a compra dos direitos de transmissão pela Rede Record pode transformar-se em propaganda indireta da rival.

Ou melhor, dos direitos de não-transmissão. Pois tudo que o pobre espectador encontrou ali na tarde sonífera de domingo foi o infame Programa do Gugu. Nesse ínterim, além das diversas eliminatórias, houve disputas de squash, badminton, vôlei de quadra e de praia, ciclismo, tênis de mesa, handebol e hipismo, todas menosprezadas pela tevê aberta. Apenas às oito e meia da noite, quando todos já sabiam que o Brasil havia conquistado o ouro na ginástica rítmica, o canal recorreu a uma patética reprise da competição.

O alto padrão técnico global foi construído aos poucos, acumulando experiência e recursos justamente em oportunidades como esta. Toleremos, portanto, as bisonhices dos apresentadores e comentaristas. Mas a Record só conseguirá igualar a concorrente, almejando vôos mais audaciosos na área, depois que redefinir suas prioridades e planejá-las com o mínimo de coerência.

Um comentário:

Laylah Raeder disse...

Direta que foi bem direta, como eu pude ver na rede em questão. Não defendo a Globo e nunca irei, mas fiquei surpresa com a forma que a Record colocou a questão. Estavam fazendo seu papel ao denunciar e tudo o mais. Será que eu estou sendo puritana demais e eles falaram o desnecessário ou estou errada? Não sei dizer.