sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

“Os descendentes”



Supervalorizado pela crítica, tem uma aparência intelectualizada que dissimula sua filiação à linhagem de dramas lacrimais como “Love Story” e “Laços de Ternura”. Mas escapa do chororô desgraceiro sob a condução precisa do bom diretor Alexander Payne (“in the ass”, completariam os céticos e insensíveis, sem lhe fazer justiça). Ganharia muito com uma pitada mais audaciosa de ironia, talvez explorando melhor a narração em off, que atenuaria o tradicional ramerrão familiar das produções “sensíveis” de Hollywood.

O tal verniz erudito vem do texto: diálogos inspirados, tratamento cru, personagens simples e empáticos. A ambientação no Havaí também ajuda. A falta dos adereços sentimentalistas valoriza o elenco de apoio, que chega a suplantar o protagonismo contido de George Clooney. E ele parece fadado ao Oscar, embora sem o merecimento que já teve por outros trabalhos.