Lula e a articulação petista no Congresso devem se
preparar para a transformação do PSB numa força oposicionista. Esse processo já
começou, tende ao acirramento nas próximas eleições municipais e deve
completar-se até 2014.
O comportamento errático do partido não está
ligado apenas à heterogênea formação regional. Com exceções importantes, mas
raras e isoladas, o PSB dedica-se a compor alianças conservadoras, sob especial
influência do PSDB e anexos. O mesmo vale para seus legisladores estaduais, não
raro indiferentes aos princípios socialistas mais rudimentares.
Esse pendor à direita se afasta da estratégia
política da base governista e prejudica suas costuras de curto e médio prazos. Apesar
de todos os riscos do pragmatismo (também por causa deles), o PT necessita
construir um núcleo sólido que mantenha o rumo do projeto nacional mesmo nos
fronts locais onde o partido não pode ocupar o centro da disputa. O PSB aos
poucos tem deixado de fornecer as contrapartidas mínimas para pertencer ao
grupo.
Os ataques escrupulosos de Luiza Erundina, tão absurdos
na lógica das coligações eleitorais quanto incoerentes na sua tolerância aos próprios correligionários, deixam a suspeita de que a proximidade com os petistas
causa incômodos de outra natureza. Pois cheiram a sabotagem e quebram o vínculo
de confiabilidade que se espera de verdadeiros aliados.
O Planalto acerta em aguardar as definições
municipais para tecer os arranjos futuros. Mas seria prudente já ir matutando
alguma alternativa a esse lamentável desfalque.
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