segunda-feira, 9 de julho de 2012

PS do B



Lula e a articulação petista no Congresso devem se preparar para a transformação do PSB numa força oposicionista. Esse processo já começou, tende ao acirramento nas próximas eleições municipais e deve completar-se até 2014.

O comportamento errático do partido não está ligado apenas à heterogênea formação regional. Com exceções importantes, mas raras e isoladas, o PSB dedica-se a compor alianças conservadoras, sob especial influência do PSDB e anexos. O mesmo vale para seus legisladores estaduais, não raro indiferentes aos princípios socialistas mais rudimentares.

Esse pendor à direita se afasta da estratégia política da base governista e prejudica suas costuras de curto e médio prazos. Apesar de todos os riscos do pragmatismo (também por causa deles), o PT necessita construir um núcleo sólido que mantenha o rumo do projeto nacional mesmo nos fronts locais onde o partido não pode ocupar o centro da disputa. O PSB aos poucos tem deixado de fornecer as contrapartidas mínimas para pertencer ao grupo.

Os ataques escrupulosos de Luiza Erundina, tão absurdos na lógica das coligações eleitorais quanto incoerentes na sua tolerância aos próprios correligionários, deixam a suspeita de que a proximidade com os petistas causa incômodos de outra natureza. Pois cheiram a sabotagem e quebram o vínculo de confiabilidade que se espera de verdadeiros aliados.

O Planalto acerta em aguardar as definições municipais para tecer os arranjos futuros. Mas seria prudente já ir matutando alguma alternativa a esse lamentável desfalque.

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