Dizem que é o final da trilogia de Christopher
Nolan, mas que pode haver uma releitura. Esta série dificilmente será superada, por
causa da adequação visual com o universo de Batman (nem por isso
desgosto dos filmes de Tim Burton sobre ele).
Apesar das expectativas e da louvação crítica algo
desmedida, não repete o impacto do filme anterior. O Curinga de Heath Ledger é vilão
insuperável, mas ali também havia um tratamento mais cuidadoso, ou menos seduzido
pela grandiloqüência. O roteiro de Nolan exagera um pouco na verborragia,
permite uma leitura política enviesada e tem lá seus furos. O resultado,
plasticamente, é irregular: no meio daquela pujança toda há enquadramentos pobres,
cenários e adereços comuns; o aspecto “digital” dos efeitos às vezes fica
evidente.
São percalços quase irrelevantes no conjunto
forte, cujo ritmo prova o talento narrativo de Nolan, tanto que a longa duração
flui sem que a percebamos. Excelente seqüência inicial. Elenco vigoroso, muito
superior à média do entretenimento familiar hollywoodiano. Anne Hathaway, Gary
Oldman e Michael Cane sobressaem até demais, ofuscando o contido Christopher
Bale.
Um comentário:
Ponto fraco para a Talia al Ghul de Marion Cotillard (isso é spoiler?), com direito a "momento-parem-tudo-que-vou-explicar-minhas-motivações", além de uma morte estilo Zorra Total - será que foi uma homenagem de Nolan à série sessentista?
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