sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cadê os Amarildos de Alckmin?















O inaceitável desaparecimento de Amarildo de Souza contribui para desmoralizar a chamada “pacificação” das favelas cariocas. O escândalo em torno do caso precisa ser observado à luz das disputas político-ideológicas no Rio de Janeiro, portanto, pois há muitos interesses, além dos criminosos, contrários à presença policial naquelas áreas.

Também por isso, causa certo estranhamento a migração regional dos protestos e campanhas jornalísticas indagando sobre o paradeiro de Amarildo. Os paulistas que saem às ruas ou escrevem artigos para reclamar de Sérgio Cabral “esquecem” os diversos episódios de chacinas e seqüestros efetuados pelas milícias a serviço do governo Geraldo Alckmin. São dezenas de Amarildos vitimados pelo banditismo policial, sem qualquer vestígio de esclarecimento, menos ainda de punição.

O Amarildo carioca tem sido usado para desviar a atenção pública dos seus congêneres paulistas. E Cabral recebe uma pressão que Alckmin nunca sofreu, embora este seja responsável por catástrofes administrativas que ultrapassam o notório colapso da segurança em São Paulo. Se os solidários locais fossem menos seletivos em suas indignações, pelo menos saberiam os nomes das vítimas que padeceram bem perto de onde moram.

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