segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Toma que o Cunha é teu















Numa prova cabal da lisura de suas convicções, o oposicionismo golpista agora tenta jogar a nódoa Eduardo Cunha na imagem do governo federal. Ele estaria fazendo “acordos” com o PT para escapar da cassação.

Um arranjo do tipo não seria apenas inviável, mas principalmente inútil. Embora o sábio político sempre mantenha vias abertas com seus adversários, também precisa guardar o mínimo senso de pragmatismo. E Cunha não tem o que oferecer.

Deixá-lo fritando é uma estratégia correta do governismo. Quanto mais rápido ele for derrubado, melhor para seus asseclas, que se livram da vergonha e arranjam outro marionete para salvar o impeachment moribundo.

A agonia de Cunha deve ser lenta e vexatória. Desmoralizando o PSDB, o DEM, o PPS, o PSB e as claques fisiológicas do PMDB, que o fizeram presidente da Câmara e depois o apoderaram nas armações do golpe. Que o fizeram símbolo da moralidade.

O mesmo vale para a mídia corporativa, que deu publicidade a toda essa pândega.  Cunha é símbolo da ruína ética do jornalismo que partidariza o combate à corrupção, que seleciona escândalos, que promove levantes reacionários.

Mas empurrar o vexame de Cunha para Lula também obedece a um cálculo muito característico do golpismo institucional: se a Lava Jato continuar falhando em seus objetivos políticos, será necessário responsabilizar alguém pelo esvaziamento das investigações.

Um comentário:

Anônimo disse...


Ontem, no Roda Viva com Marco Aurélio Mello, o José Neumanne insistia que o Cunha era cria e aliado da Dilma.
Dizia isso com toda a tranquilidade do mundo (apesar de seu estilo histriônico) e todos da bancada, além do convidado, ouviam-no como se ele estivesse falando a coisa mais notória do mundo.

Sidnei