sexta-feira, 14 de novembro de 2014

"Interestelar"






















Homenagem de Christopher Nolan ao "2001" de Stanley Kubrick (1969). Tem as mesmas pretensões metafísicas e, curiosamente, uma linha narrativa parecida. Há algo também do “Solaris” de Andrei Tarkovsky (1972).

O esplendor visual suplanta as complexidades científicas da trama e seus escorregões melodramáticos. As bases teóricas são difíceis demais para o espectador leigo, que aproveitará melhor a experiência se voltar ao filme depois de buscar umas noções rudimentares sobre os “buracos de minhoca” e afins.

Além dos efeitos, os aspectos mais positivos são a direção de atores (particularmente Matthew McConaughey, lamento admitir) e a fotografia, a cargo desse virtuose genial que é Hoyte Van Hoytema (de “Ela” e “O espião que sabia demais”).

Nolan é ótimo inventor de universos. Sabe mexer com os recursos digitais como poucos, criando ambientes muito próprios e sólidos. Aqui, retornando ao tempo, o tema central de sua obra, enfrenta o paradoxo já proposto em “A Origem”: a representação daquilo que é, quase por natureza, irrepresentável.

Nenhum comentário: