Comoveu-me o choro de Guga na Costa do Sauípe. Ao contrário da maioria dos astros do tênis, o brasileiro despede-se dolorosamente, expondo-se, pedindo desculpas por não possuir mais condições físicas de enfrentar competições de alto nível. Uma efeméride que é festiva e congratulatória para a maioria dos atletas transformou-se num calvário, no qual o herói sucumbiu depois de tentar superar-se para agradar a seu público. Sinal dos tempos. A aposentadoria precoce de Guga deveria alertar o mundo esportivo para o nível de autodestruição física a que se submetem os jovens competidores para atingir sucesso profissional rápido. Lleyton Hewitt e Rafael Nadal, que colecionam lesões graves, são exemplos desse fenômeno, embora ainda em atividade.
A possibilidade de assistir às conquistas de Guga e assimilar seu exemplo pessoal foi um privilégio histórico do país. Suas conquistas podem ser igualadas, mas dificilmente terão o mesmo valor simbólico. Agora só cabem homenagens. Calem-se reverentemente todos aqueles que um dia questionaram a capacidade de Gustavo Kuerten.
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