O Hospital das Clínicas de São Paulo, autarquia ligada ao governo do Estado, sofreu dois incêndios entre dezembro e janeiro. Enquanto o governador José Serra (PSDB) falava em sabotagem, descobriu-se que o HC não possuía o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, documento que atesta o enquadramento do hospital a normas de segurança básicas para seu funcionamento. Além disso, peritos apontaram falhas nas instalações dos equipamentos eletrônicos das salas incendiadas.
Em fevereiro, a Gerência de Risco do HC constatou condições inadequadas de biossegurança para a realização dos exames laboratoriais e interditou a seção de microbiologia. Cerca de 700 exames foram suspensos e centenas de pacientes foram obrigados a perambular em busca de locais propícios para seus diagnósticos.
Nesta segunda-feira, durante um corte rotineiro no fornecimento de energia elétrica, os geradores do Pronto Socorro do HC falharam, deixando os pacientes do atendimento emergencial no escuro. Parte dos equipamentos permaneceu desligada durante as quase quatro horas do corte.
Agora pergunta-se: onde estão os grandes veículos da imprensa paulistana, tão dispostos a levantar dossiês e fazer denúncias avassaladoras? Nenhum dos seus comentaristas tem previsões apocalípticas ou desabafos horrorizados para fazer nesta crise inédita que atravessa o maior hospital da América Latina?
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