Com Jasper Johns, Robert Rauschenberg (1925-2008) foi fundamental para o surgimento da chamada Pop Art (“arte popular”). O movimento buscava criticar a cultura de massas apropriando-se de seus produtos mais emblemáticos e expondo-os ao nível da saturação.
Era uma reciclagem estética dos objetos e imagens cujos sentidos o mercado esvazia, ao transformá-los em bens de troca. Nas obras, esses dejetos da sociedade de consumo ganham um repertório de valores e simbologias completamente novo – uma abordagem muito semelhante à de Marcel Duchamp, a partir do qual alguns críticos cunharam o epíteto “Neo-Dada”. Mas ela representava também um veículo de popularização da experiência artística, libertando-a dos cânones herméticos do abstracionismo que chegara ao apogeu no imediato pós-guerra.
G. C. Argan sempre questionou as qualidades dessa estratégia de apropriação e ordenação dos elementos em estado cru. Considerava-a uma espécie de conivência passiva com a banalização do consumismo, uma reprodução acrítica, talvez aleatória, das estruturas caóticas, insensíveis e alienantes que se reproduzem na realidade não-artística. Mas podemos obstar que tal percepção abarca apenas uma camada superficial e enganadoramente simples do procedimento. Manifestação típica da crise conceitual vivida pelas artes plásticas desde os anos 50, a Pop Art questiona a legitimidade da obra de arte e a inserção do artista na sociedade capitalista – uma reflexão profunda e conseqüente, que permanece insolúvel.
Era uma reciclagem estética dos objetos e imagens cujos sentidos o mercado esvazia, ao transformá-los em bens de troca. Nas obras, esses dejetos da sociedade de consumo ganham um repertório de valores e simbologias completamente novo – uma abordagem muito semelhante à de Marcel Duchamp, a partir do qual alguns críticos cunharam o epíteto “Neo-Dada”. Mas ela representava também um veículo de popularização da experiência artística, libertando-a dos cânones herméticos do abstracionismo que chegara ao apogeu no imediato pós-guerra.
G. C. Argan sempre questionou as qualidades dessa estratégia de apropriação e ordenação dos elementos em estado cru. Considerava-a uma espécie de conivência passiva com a banalização do consumismo, uma reprodução acrítica, talvez aleatória, das estruturas caóticas, insensíveis e alienantes que se reproduzem na realidade não-artística. Mas podemos obstar que tal percepção abarca apenas uma camada superficial e enganadoramente simples do procedimento. Manifestação típica da crise conceitual vivida pelas artes plásticas desde os anos 50, a Pop Art questiona a legitimidade da obra de arte e a inserção do artista na sociedade capitalista – uma reflexão profunda e conseqüente, que permanece insolúvel.
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