É fácil compreender por que a mídia oposicionista reagiu tão veementemente contra o novo blog da Petrobrás: o sucesso da iniciativa transformou-a num dos muitos símbolos de resistência à contaminação política do noticiário que cobre os governos Lula. E representa uma ruptura na pusilanimidade que marcou a comunicação dos órgãos federais nos últimos anos, inserindo-a num fenômeno virtual de mobilização que já evidencia cotidianamente o divórcio entre a grande imprensa e tal “opinião pública”.
Os argumentos críticos são pequenininhos de constranger. Então quer dizer que os veículos detêm exclusividade sobre informações colhidas junto a funcionários de uma estatal? Ou esta é que não deveria divulgar suas próprias versões de matérias que a atingem e que são convenientemente editadas para atender a interesses inconfessos (com correções eventuais, mínimas, em espaços secretos)?
Mesmo as (poucas) reações negativas ponderadas passam ao largo da questão pontual e enveredam por discussões amplas acerca da identidade ou do futuro da imprensa brasileira – convenhamos, barulho demais por causa de um instrumento simples e corriqueiro de comunicação institucional. O episódio não tem nada a ver com liberdade de informação, sigilo de fonte, “furo”, assessorias e os cambau. A Petrobrás tem tanto “direito” de publicar seus esclarecimentos que a simples menção a ele já soa boba e algo despótica – ou a validade dos preceitos democráticos depende de quem os utiliza?
A reação midiática é corporativa, quando não puramente partidária; ainda outra vez, tenta-se vilanizar a administração federal às vésperas de eleições majoritárias nacionais. A invenção de bodes expiatórios constitui apenas a face risível e supérflua dessa crise de credibilidade que os grandes veículos nacionais fingem ignorar.
Um comentário:
Essa é a verdadeira força da internet.
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