Seria impossível tratar do enredo sem estragar alguma surpresa potencial. Mas essa adaptação do livro de Dennis Lehane (que também escreveu “Sobre meninos e lobos”, filmado por Clint Eastwood) aposta demais numa imprevisibilidade que não consegue sustentar. A longa e irregular história do suspense cinematográfico possui exemplos de reviravoltas para todos os padrões de ceticismo. As surpresas de “Ilha” já foram usadas em dezenas de roteiros. E, infelizmente, são reconhecíveis.
No entanto, Martin Scorcese é mestre maior da narrativa. Cada filme seu transforma-se numa aula apaixonada de cinema: requinte visual, precisão, generosidade com os atores. A fotografia de Robert Richardson (foto), principalmente nas seqüências de alucinação, constitui espetáculo à parte. Seus trabalhos com Oliver Stone, Quentin Tarantino e o próprio Scorcese o consagram como um dos maiores fotógrafos de sua geração.
Um destaque especial cabe à trilha sonora, com obras de compositores eruditos nascidos no século XX, como John Cage, Giacinto Scelsi, Gyorgy Ligeti, Krzysztof Penderecki e até Brian Eno. O uso engenhoso dessas sonoridades incomuns contribui de forma surpreendente para o clima de pesadelo da narrativa.
Um comentário:
Boa noite
Ouvi falar muito bem deste filme, e estou ansioso para conferir. Martin Scorcese é um ótimo diretor, e cada trabalho dele deve ser aguardado com grande expectativa. Leonardo DiCaprio fará parte de mais um filme de Scorcese, e não é à toa, pois este ator está interpretando cada vez melhor. Enfim, obrigado por mais este post; até mais Guilherme Scalzilli. Abraços!!!
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