quarta-feira, 9 de março de 2011

São todos iguais



Agora que os cartéis do futebol brasileiro exibem sua abjeta ferocidade, alguns comentaristas parecem estar descobrindo a nudez do rei: “nossa, a distribuição das cotas de TV é mesmo um absurdo!” Hipocrisia. Esse descalabro acontece há décadas, sob o silêncio cúmplice da crônica das capitais.

O tal Clube dos 13 existe para garantir privilégios a seus apaniguados, em prejuízo da esmagadora maioria dos times do país. Seu propósito é financiar a “grandeza” de certas agremiações e assassinar sistematicamente os clubes do interior. Desde o surgimento do Clube dos 13 a conquista de um campeonato nacional (e mesmo estadual) por um “pequeno” transformou-se em quimera de torcedores fanáticos. O Clube dos 13 é o grande causador da decadência do futebol brasileiro.

É cômodo e mentiroso alimentar essa falsa rivalidade entre Globo e CBF, de um lado, e o Clube dos Maiorais do outro. São todos partícipes da mesma farsa, do mesmo verdadeiro problema, que ninguém na grande imprensa tem coragem de abordar.

O modelo brasileiro de distribuição de verbas de patrocínio e cotas de TV imita os piores exemplos mundiais. O sistema de pontos corridos nasceu para conferir uma aparência de justiça a essa estrutura viciada. Com ele, a disparidade econômica destrói a competitividade das disputas. Um universo de centenas de clubes é reduzido a meia dúzia de eleitos que revezam troféus e repartem fortunas entre si.

A negociação direta com as emissoras seria oportunidade única para que os clubes menos poderosos começassem a reivindicar tratamento igualitário. Mas os donos da bola voltarão rapidamente a se unir quando os “pequenos” ameaçarem fazer o mesmo.

2 comentários:

Zatonio Lahud disse...

Além do que você diz com propriedade no post,posso acrescentar o favorecimento dos árbitros aos clubes
mais poderosos, notadamente Flamengo, Corinthians e São Paulo. Aqui no Rio a coisa chega a ser grotesca em favor do Flamengo, roubaram o Botafogo em três campeonatos seguidos e, com o beneplácito da grande mídia, nem reclamar podíamos que éramos acusados de chorões. Alegação: erros acontecem! Verdade, digo eu, mas quando acontecem só para um lado tem outro nome: Roubo!

Sergio Henrique disse...

Sem dúvida é injusta essa distribuição de cotas

Em Campinas, a Ponte Preta tem a maior torcdia, vende mais camisas, só que o Guarani, octarebaixado em 11 anos, ganha mais pq está no Clube dos 13 Pilantras.

Só pq o ex-presidente da FPF, Farah, torcve pra esse time (que joga a segunda divisao do Campeonato Paulista).

Uma vergonha.