quinta-feira, 28 de abril de 2011

“Pânico 4”



Lixo por lixo, este quarto filme da série de terror adolescente possui mais frescor e inventividade do que todas as porcarias vampirescas que infestam as salas quando as férias escolares se aproximam. Um pouco à maneira de George Romero ou Roger Corman, Wes Craven usa a paixão cinéfila para driblar eventuais carências materiais, como se o resultado às vezes simplório das produções fosse absolvido pelo prazer de divertir as platéias. Daí sua prolífica trajetória carregar desde o pequeno clássico “A hora do pesadelo” (uma das mais engenhosas e incômodas premissas do gênero) a bobagens hilariantes no subnível de “A maldição de Samantha”.

Craven busca o entretenimento e não tem problemas com isso. Mas, por incrível e profano que pareça, e observadas todas as limitações envolvidas, ele faz também cinema de idéias. Embora não possua engenho formal para inserir-se na linhagem de artesãos inventivos como John Carpenter e Dario Argento, os prólogos, as auto-referências e os exercícios metalingüísticos dos seus roteiros despretensiosos colocam-no à altura dos mestres desse estilo tão maltratado.

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