quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Projeto Juízo Final e os “eventos profundos”: JFK, Watergate, Irã-Contras e 11 de Setembro



“Gostaria de discutir quatro eventos importantes e ainda pouco compreendidos: o assassinato de John F. Kennedy, o Watergate, o Irangate e o 11 de Setembro. Vou analisar esses ‘eventos profundos’ como parte de um processo político ainda mais profundo que os une, um processo que ajudou a construir um poder repressivo nos Estados Unidos, em detrimento da democracia.

Nos últimos anos, tenho abordado uma força maligna por trás desses eventos - uma força que, por falta de termo melhor, tenho desajeitadamente chamado de ‘Estado profundo’, operando dentro e fora da máquina estatal. Agora, pela primeira vez, quero identificar parte dessa força maligna, uma parte que tem operado há pelo menos cinco décadas à margem da máquina estatal. Essa parte da força maligna tem um nome que não foi inventado por mim: Projeto Juízo Final, nome dado pelo Pentágono ao plano de emergência para ‘assegurar o funcionamento da Casa Branca e do Pentágono durante e depois de uma guerra nuclear ou outra grande crise.’

O objetivo deste trabalho é simples, mas importante: demonstrar que o Projeto Juízo Final da década de 1980, e o plano de emergência prévio que levou a ele, desempenharam papel fundamental nos ‘eventos profundos’ que vou analisar. (...)

Tentarei mostrar que nesse aspecto o 11 de Setembro foi apenas o ápice de uma seqüência de ‘eventos profundos’ que remetem ao assassinato de Kennedy, senão a antes, e que a marca do Projeto Juízo Final pode ser detectada por trás de todos eles.

Mais especificamente, o que tentarei demonstrar sobre esses ‘eventos profundos’ é que:

1) o comportamento inadequado da CIA e de agência similares contribuiu tanto para o assassinato de Kennedy quanto para o 11 de Setembro;

2) dentre as conseqüências de cada ‘evento profundo’ inclui-se um aumento do poder repressivo das mesmas agências, às custas da Democracia;

3) há sintomáticas coincidências entre os personagens que perpetraram cada um desses ‘eventos profundos’;

4) observa-se em cada evento a presença de elementos do tráfico internacional de drogas;

5) nos bastidores de cada evento (e tendo um papel cada vez mais importante) aparece o Projeto Juízo Final – ou a estrutura alternativa do plano de emergência, com suas próprias redes de comunicação, operando uma rede obscura no exterior dos canais governamentais regulares.”

O autor desse artigo, o canadense Peter Dale Scott, é ex-diplomata e professor de inglês na Universidade da Califórnia (Berkeley). Tem diversos livros sobre política interna estadunidense.

Tomei a liberdade de colocar “eventos profundos” entre aspas porque se trata de um conceito do autor (“deep events”), que o define assim: “eventos obscuros ou mal apresentados pela grande mídia, cujas origens são misteriosas mas freqüentemente conectadas aos serviços de inteligência, atribuídas a forasteiros marginais mas ligadas a forças poderosas e secretas que possuem o intento de alterar o curso da História”. De minha parte, transcreveria a expressão como “eventos obscuros”, mas mantive a tradução literal.

A página da Rede Voltaire disponibiliza duas versões do texto:
uma em inglês e outra em francês.

Um comentário:

miguel disse...

Muito corajoso esse cidadão, hein, Guilherme!? Eu, que não tenho nenhum mestrado e muito menos doutorado de p*##@ nenhuma NUNCA consegui acreditar nas versões oficiais sobre esses "deep events". Fico abismado de ver pessoas que julgo serem mais inteligentes e cultas do que eu acreditando nessas lorotas. Claro, eu sei muito bem que há os que FINGEM acreditar por motivos que nem vem ao caso agora. Mas me parece que certas pessoas que questionam tantas coisas, acreditam mesmo nessa farsa. Confesso que Watergate e Irã-Contras nunca me interessaram muito, mas há décadas o assassinato de JFK volta e meia me perturba. Costumo dizer entre os amigos que compartilham comigo todas essas desconfianças que "se até hoje o assassinato de Kennedy não foi devidamente esclarecido, o que esperar do 11/09? Que o JN, a Veja, a Folha etc, etc mostrem a verdade dos fatos?" Melhor acreditar nos duendes da Xuxa.