sexta-feira, 2 de março de 2012
“Drive”
Merecido prêmio de direção em Cannes para o dinamarquês Nicolas Winding Refn, já célebre pelos filmes de ação que realizou na Europa antes desta estréia hollywoodiana. Os desafios técnicos do enredo (muitos interiores de veículos, cenas noturnas e perseguições nas ruas de Los Angeles) são vencidos com uma precisão que depois os créditos explicam, na presença de veteranos hábeis como o assistente de direção Frank Capra III e o fotógrafo Newton Thomas Sigel.
O ar de “produção B”, enganador, homenageia certo subgênero policial de heróis solitários, temática urbana e clima sombrio. Outra referência inevitável, quase explícita, é o Martin Scorsese de “Caminhos Perigosos” e “Taxi Driver”. O apuro visual (fotografia, direção de arte, figurino) chega a ser notável para uma narrativa realista. E o ritmo que o diretor extrai dos silêncios, das pausas e das elipses é primoroso.
Ryan Gosling, que já demonstrara ser um grande ator no tocante “Half Nelson”, parece ter nascido para representar o protagonista sem nome. Carey Mulligan, delicada e contida, empresta dignidade a um papel que outras atrizes levariam para o melodramático. E há Bryan Cranston (de “Breaking Bad”), Albert Brooks e Ron Perlman (o eterno Salvatore de “O Nome da Rosa”), compondo um elenco secundário dos sonhos.
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