segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Antes da hora











Com o segundo turno indefinido na maioria das grandes cidades do país, as análises sobre o “resultado” eleitoral soam precoces e simplificadoras. Interessam mais pelas divertidas tentativas de explicar a derrota da derrota do PT, anunciada exaustivamente pelos gênios do opinionismo político. Agora, engasgados no vexame da presunção tendenciosa, exageram vaticínios óbvios e inventam assuntos para salvar suas pautas vazias. E preparam os próximos ataques.

Mistura de surpresa e vergonha também domina as desculpas dos institutos de pesquisa, cujos levantamentos anteriores às bocas-de-urna chegaram a errar pelo triplo das margens de erro. Sempre culparão os indecisos, claro, mas a ausência de fontes confiáveis para medir as inclinações do eleitorado precisa ser discutida a sério pelas campanhas.

Outro debate necessário envolve a atuação dos tribunais eleitorais. Além da discutível legitimidade das votações influenciadas pela tal Ficha Limpa, a eleição de cônjuges e filhos de políticos impugnados no último minuto e a falta de resultados oficiais por causa de recursos não julgados resulta em aberrações circenses incompatíveis com a planejada lisura do sistema. Houve episódios muito esquisitos que demandam questionamento. Em Campinas, por exemplo, a anulação dos votos de um candidato a prefeito, sob pretexto irrisório, por pouco não levou o preferido da administração demotucana estadual à vitória imediata. Mesmo estratagema, aliás, que favoreceu Geraldo Alckmin em 2010.

Pelo que anunciam as sangrentas disputas das próximas semanas, mídia corporativa, institutos de pesquisa e Judiciário merecem bons minutos nas reuniões de balanços e planejamento.

Um comentário:

Vania disse...

Mesmo reconhecendo todos esses perigos que você mencionou, hoje, em especial, estou de alma lavada. Os resultados do PT nesta eleição foram tão significativos, que merecemos alguns momentos de satisfação e alegria. Vou ficar assim por alguns dias, para depois retornar ao combate. Por ora, quero mais é sentir o gostinho do sorriso amarelo na cara amassada desses "colunistas" nativos que só fazem agourar o meu partido. Hoje, para mim, é dia de festa!