Com o segundo turno indefinido na maioria das
grandes cidades do país, as análises sobre o “resultado” eleitoral soam
precoces e simplificadoras. Interessam mais pelas divertidas tentativas de
explicar a derrota da derrota do PT, anunciada exaustivamente pelos gênios do
opinionismo político. Agora, engasgados no vexame da presunção tendenciosa,
exageram vaticínios óbvios e inventam assuntos para salvar suas pautas vazias.
E preparam os próximos ataques.
Mistura de surpresa e vergonha também domina as
desculpas dos institutos de pesquisa, cujos levantamentos anteriores às
bocas-de-urna chegaram a errar pelo triplo das margens de erro. Sempre culparão
os indecisos, claro, mas a ausência de fontes confiáveis para medir as
inclinações do eleitorado precisa ser discutida a sério pelas campanhas.
Outro debate necessário envolve a atuação dos
tribunais eleitorais. Além da discutível legitimidade das votações influenciadas
pela tal Ficha Limpa, a eleição de cônjuges e filhos de políticos impugnados no
último minuto e a falta de resultados oficiais por causa de recursos não
julgados resulta em aberrações circenses incompatíveis com a planejada lisura
do sistema. Houve episódios muito esquisitos que demandam questionamento. Em
Campinas, por exemplo, a anulação dos votos de um candidato a prefeito, sob
pretexto irrisório, por pouco não levou o preferido da administração demotucana
estadual à vitória imediata. Mesmo estratagema, aliás, que favoreceu Geraldo Alckmin em 2010.
Pelo que anunciam as sangrentas disputas das
próximas semanas, mídia corporativa, institutos de pesquisa e Judiciário merecem
bons minutos nas reuniões de balanços e planejamento.
Um comentário:
Mesmo reconhecendo todos esses perigos que você mencionou, hoje, em especial, estou de alma lavada. Os resultados do PT nesta eleição foram tão significativos, que merecemos alguns momentos de satisfação e alegria. Vou ficar assim por alguns dias, para depois retornar ao combate. Por ora, quero mais é sentir o gostinho do sorriso amarelo na cara amassada desses "colunistas" nativos que só fazem agourar o meu partido. Hoje, para mim, é dia de festa!
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