sexta-feira, 17 de maio de 2013

“Somos tão jovens”



















Thiago Mendonça está quase perfeito no papel dificílimo de Renato Russo. Além de convencer na interpretação musical, sua composição delicada e precisa dá coerência ao elenco problemático, aparentemente formado para atender às semelhanças fisionômicas com os personagens reais. Certos trejeitos dos coadjuvantes incomodam.

A estrutura episódica do roteiro podia ser mais amarrada. Tecnicamente, porém, a produção surpreende, já na ótima animação da abertura. A direção de arte constrói uma eficaz ambientação histórica e a fotografia naturalista de Alexandre Ermel, trepidante e fluída, sabe utilizar as referências visuais que o tema exige, sem cair no esteticismo fácil.

É impossível não deixar a exibição cantarolando as músicas da Legião Urbana. O sucesso de bilheteria do filme, se confirmado, causa a dupla satisfação de saber que Mendonça e Renato ganham o devido reconhecimento das platéias atuais. A juventude educada pela internet talvez não tenha noção da efervescência vivida por seus pais, na antiguidade pré-digital.

Uma contextualização eficaz pode ser fornecida pelo documentário “Rock Brasília”, que elucida algumas passagens emblemáticas do longa.

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