Alguma coisa parecia meio estranha na tal operação
Lava Jato da Polícia Federal. Primeiro a suposta participação de um
ex-delegado, atualmente deputado oposicionista, no vazamento de informações à
imprensa. Depois a completa omissão do noticiário a respeito dos convênios assinados pela gestão José Serra, no ministério da Saúde, com o mal afamado
laboratório Labogen, que teria centralizado as transações ilegais.
Eis que agora apareceu o rabicho político-partidário
das investigações. Bem na semana em que a propaganda do PT vai ao ar, criticando
o desgoverno tucano de São Paulo, surge um elo “comprometedor” do escândalo com
Alexandre Padilha, o pré-candidato petista no estado. Pura coincidência,
evidentemente. Afinal, é a primeira vez que o nome de Serra aparece relacionado
a uma investigação da PF que atinge seus adversários em pleno ano eleitoral...
Alguém poderia até gastar neurônios debatendo a
relevância da refutada indicação do tal assessor para um cargo no laboratório,
sabendo o que sabemos dos bastidores da administração pública brasileira. Mas
já pouco importa o grau verdadeiramente jornalístico do factóide. Estão todos
em campanha: para preservar o PSDB no Palácio dos Bandeirantes vale qualquer apelação. Não
há debate possível nesse festival de hipocrisias.
Os articuladores da candidatura de Padilha podem
comemorar a transformação da insignificância em mote propagandístico. É, no
mínimo, um sinal de que suas pretensões incomodam a direita midiática a ponto
de obrigá-la a chafurdar no ridículo.
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