Chega a dar vergonha alheia o esforço do tucanato
em fazer oposição destrutiva ao governo Dilma Rousseff. Misto de vingança juvenil
e histeria derrotista, essa estratégia se baseia na imagem que o PSDB construiu
da atuação petista durante o governo FHC. Acontece que não existe comparação possível
entre ambos.
O oposicionismo petista do passado nasceu da
idealização de um projeto político que não havia conhecido a experiência
efetiva do poder. Podemos falar das contradições do partido que administra o
país exatamente porque, ao menos nas disputas internas e no discurso dos militantes,
ele guarda alguma essência do seu desejo reformista original.
Já o PSDB atual age como se nunca tivesse chegado
ao Planalto. Vota contra medidas que instituiu no governo e que defendeu em
campanha. Repudia práticas fisiológicas e ilegais que foram (e continuam sendo)
mais comuns e mais graves sob seu comando. E, principalmente, reproduz o
antagonismo do “quanto pior melhor” que dizia inaceitável na sua época de
vidraça.
Tudo isso leva à desintegração da identidade
peessedebista. A sigla abandona seus últimos referenciais programáticos e
renega até sua trajetória histórica, regredindo a um modelo arcaico de luta
visceral que contraria o próprio motivo de existência da social-democracia
moderna.
Essa metamorfose tem configurado um híbrido
esquizofrênico de agremiação política: radical, extremista, vazia de
princípios, obcecada pelo prejuízo dos adversários, incapaz de tecer alianças
mesmo nas parcelas mais coesas da sociedade. Enfim, uma caricatura tosca do mesmo
PT que os tucanos demonizam.
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