segunda-feira, 25 de maio de 2015

Espécie ameaçada

 














Chega a dar vergonha alheia o esforço do tucanato em fazer oposição destrutiva ao governo Dilma Rousseff. Misto de vingança juvenil e histeria derrotista, essa estratégia se baseia na imagem que o PSDB construiu da atuação petista durante o governo FHC. Acontece que não existe comparação possível entre ambos.

O oposicionismo petista do passado nasceu da idealização de um projeto político que não havia conhecido a experiência efetiva do poder. Podemos falar das contradições do partido que administra o país exatamente porque, ao menos nas disputas internas e no discurso dos militantes, ele guarda alguma essência do seu desejo reformista original.

Já o PSDB atual age como se nunca tivesse chegado ao Planalto. Vota contra medidas que instituiu no governo e que defendeu em campanha. Repudia práticas fisiológicas e ilegais que foram (e continuam sendo) mais comuns e mais graves sob seu comando. E, principalmente, reproduz o antagonismo do “quanto pior melhor” que dizia inaceitável na sua época de vidraça.

Tudo isso leva à desintegração da identidade peessedebista. A sigla abandona seus últimos referenciais programáticos e renega até sua trajetória histórica, regredindo a um modelo arcaico de luta visceral que contraria o próprio motivo de existência da social-democracia moderna.

Essa metamorfose tem configurado um híbrido esquizofrênico de agremiação política: radical, extremista, vazia de princípios, obcecada pelo prejuízo dos adversários, incapaz de tecer alianças mesmo nas parcelas mais coesas da sociedade. Enfim, uma caricatura tosca do mesmo PT que os tucanos demonizam.

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