O sumiço dos patrocinadores da Confederação
Brasileira de Futebol, nesses tempos conturbados, traz à tona um antigo debate
sobre o financiamento geral da corrupção. Resumindo: o cidadão sustenta a
roubalheira mesmo quando ela não usa recursos oriundos de tributos. Tudo é “dinheiro público”.
A CBF e a FIFA enriqueceram graças aos
consumidores dos produtos das empresas que sustentam aquelas instituições. Para
se ter noção do volume financeiro envolvido, um exemplo nacional incluiria Chevrolet,
Englishtown, AmBev, Itaú, Mastercard, Samsung, Gillette, Gol, Michelin, Nike,
Sadia, Tênis Pé, Unimed e Vivo.
Adicionando à conta os anunciantes de transmissões
televisivas (que bancam a visibilidade mercadológica dos patrocinadores principais),
teremos um contingente de financiadores tão respeitável quanto o de
contribuintes em dia com o Fisco. E nem começamos a refletir sobre o caráter
público das próprias emissoras de rádio e TV.
As naturezas e extensões dos aportes privados e
estatais são diversas, talvez incomparáveis, mas umas não agregam
necessariamente mais liberdade ou transparência do que as outras. O que as opõe
na prática é o grau de engajamento que elas provocam nos cidadãos indignados.
Principalmente os sonegadores.
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