sexta-feira, 24 de junho de 2016

Janot e a tática do tsunami
















Convenhamos. Ninguém acreditava realmente que José Sarney, Romero Jucá e Renan Calheiros seriam presos. Nem Rodrigo Janot, o procurador-geral que assinou o pedido.

Janot pode ser muita coisa, mas tolo não é. Suas ações sempre mostraram pragmatismo e senso de oportunidade, jamais um temperamento dado a arroubos inviáveis.

Ele sabe que as suspeitas contra a cúpula do golpe ficarão esquecidas no STF até bem depois do impeachment. E que metade das delações não será sequer considerada.

“Eu tentei investigar todos”, dirá o procurador-geral, quando o acusarem de partidarismo. “A culpa é do STF, que não deixou”.

Mas Janot tentou mesmo? E as acusações contra JoséSerra na privataria? E os casos de corrupção do governo FHC? E Michel Temer? E os grampos ilegais de Sérgio Moro?

Notem que o Ministério Público jamais atingiu a cúpula do PSDB. Essa que manda no governo Temer e que recebeu doações milionárias das empreiteiras da Lava Jato.

E eis que o tsunami de Janot conseguiu duas coisas importantes: forçou o PMDB a se proteger no golpe e acirrou o ânimo antipetista dos berlusconis curitibanos.

Lula, por sua vez, a onda justiceira engole sem dó.

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