segunda-feira, 22 de agosto de 2016

As medalhas de Lula e Dilma

 

Frustraram-se as previsões catastrofistas sobre os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Fica escancarado, mais uma vez, o caráter mentiroso, provinciano e irresponsável das bravatas apocalípticas. As desculpas dos seus propagadores (“não foi bem isso que eu quis dizer”) apenas reforçam, pelo gesto de explicar, a ridícula admissão do erro.

Parece incoerente criticar a politização boçal do evento e depois politizar o seu sucesso. A questão é que toda a cobertura midiática dos Jogos foi politizada, tanto nos ataques anteriores quanto na aparência neutra do patriotismo que dominou as transmissões.

Nada é mais escandalosamente partidário que omitir o papel dos governos Lula e Dilma na realização dos Jogos e, acima de tudo, na conquista de medalhas e marcas inéditas. Comemorar a superação de atletas humildes e esconder os programas petistas que os apoiaram rebaixa o cinismo jornalístico a uma desonestidade própria de estelionatários.

O conservadorismo tosco aplaude as continências dos atletas, de simbologia inegável, principalmente quando facultativas. Mas é típico desse imaginário canhestro fazer da origem militar um símbolo de independência administrativa, como se as Forças Armadas gerassem as próprias verbas e estruturas.

As continências existiram porque as instituições militares receberam aportes generosos dos governos Lula e Dilma para que seus talentos individuais se desenvolvessem. Não foram a Rede Globo, a Fiesp, o PSDB, Michel Temer. Foram os programas Segundo Tempo, Bolsa Atleta, Atletas de Alto Rendimento, Atleta na Escola, etc. Do PT. Dinheiro público, aliás, e bem aplicado.

Acostumado a usurpações fáceis, o golpismo acredita que pode estender seu assalto para além da esfera política. Mas existem coisas que não se deixam subtrair tão facilmente.

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