sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Pré-rafaelitas

Artistas britânicos que tentaram resgatar um ideal de pureza e espontaneidade supostamente destruídas pelo sucesso do renascentista Rafael (1483-1520). Reuniram-se numa irmandade fechada, entre 1848 e 1853, tendo como principais aglutinadores John Everett Millais (1829-1896), Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), William Morris (1834-96) e William Holman Hunt (1827-1910). Negaram o academicismo vitoriano, confrontando-o com nova temática (mitologia, simbolismo, sensualidade) e profunda reverência ao medievalismo italiano. Apesar da representação naturalista, criaram uma arte hermética, transcendente e não raro inescrutável. Tiveram grande influência sobre os surrealistas das décadas posteriores.

A curta história do grupo renderia uma ótima versão cinematográfica, à qual não faltariam detalhes folhetinescos. Millais teve um caso com a esposa do célebre crítico John Ruskin, Effie, desposando-a em seguida. Hunt casou-se com a irmã de sua falecida esposa. Morris (socialista pioneiro, trabalhou com Engels) amargou um casamento ruinoso com a belíssima Jane Burden, que teria sido amante de Rossetti. Este, poeta inspirado, terminou seus dias em profunda depressão, causada pela dependência do sedativo Cloral.

Tudo isso num período de grandes perturbações político-sociais e em plena efervescência do realismo da Escola de Barbizon, que antecederia o desabrochar do Impressionismo e, em seguida, as vanguardas do século XX.
Partindo de cima: "Anunciação" (1850), de Rossetti, "Ophelia" (1852), de Millais, (1860), "O encontro do Salvador no templo", de Hunt.

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