
O trecho selecionado acima demonstra um ardil muito comum no jornalismo político. Ao afirmar que o acerto será negado, Alencar livra-se de qualquer prejuízo (de uma forma ou outra, a matéria terá validade); e, escondendo-se no jargão “a Folha apurou”, joga a responsabilidade para um ente invisível que jamais conheceremos.
O fato cruel é que a notícia do (falso?) acordo só interessa a uma das partes envolvidas, justamente a dos apoiadores da candidatura Serra, que preferem uma escolha partidária sem realização de prévias (leia-se FHC e o PSDB paulista). O mineiro tem todos os motivos para condenar a criação de fatos consumados num ambiente de clara disputa interna, envolvendo grandes pretensões eleitorais e posições irredutíveis. Nesse ambiente conturbado, prevalece a famosa “lógica da cartomante”: nenhuma previsão erra; no máximo ela modifica o futuro. Em “agosto ou setembro”, ninguém lembrará que a árvore dos acontecimentos já foi a semente noticiosa de um jornal abertamente serrista.
Para benefício da própria credibilidade, Alencar deveria responder às negativas de Aécio revelando a origem de uma informação que o prejudica. Ficaria tudo mais transparente e, afinal, propriamente jornalístico.
3 comentários:
O Serra fez um ensaio fotográfico, para ver acesse : blogdocappacete.blogspot.com
Mais ou menos como a capa da Carta Capital anunciando, como furo, a saída do presidente do Banco Central. Ao se confrontar com os fatos, a revista deu um "erramos" na linha de que não tinha dito que seria naquela semana, mas em alguma das semanas vindouras. Como Meirelles é mortal, a revista, de um jeito ou de outro, vai acertar.
Jayme, a imprensa está cheia dessas sementes noticiosas. Se brotarem, confirmam o boato; caso contrário, alguém sempre poderá dizer que elas é que mudaram o curso dos acontecimentos. Entre o furo e a má-fé existe a membrana permeável da credibilidade. Depois eles reclamam dos blogs....
Abs
Guilherme
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