Estou devendo há semanas uma referência aos poemas de Lúcia Delorme. São sutis, reflexivos, bonitos. A autora teve a ótima idéia de inventar um blogue para divulgá-los, o "Raízes aéreas" (título de seu livro inédito). Vale muitas visitas.
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A vida resídua?
A sucata cantátil?
Desossas e aí nem carcaça,
mas, quase esqueço,
era isto que querias
Releia, Delicadeza Dolorosa
(o mais terrível deles,
o que não tem fala
por ser a baixeza grata),
sim, tu, que entre
pústulas e sequidão
não sucumbe
ao kultur-anorexy
da alma
Releia e terás
infelizmente
a cólera palavra
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Pilastra
de indiferença recíproca,
onde o golpe agudo
(no olho alheio, claro),
acende
risos cruéis
Disse pilastra
como poderia ter dito
Cidade
Oferta sem jaça
nem as raízes aéreas
das parasitas no largo, dizem
Talvez
Não se fie somente
em tamanho desgaste
Dar-se sem ônus
ainda é
secreto milagre
Um comentário:
Ô Guilherme, por vários motivos, um deles, doença, não toco em um teclado há um bom tempo. Muito obrigado pela postagem dos poemas e do link do meu blog. Muita gentileza de sua parte. Abraços.
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