sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Marina Tsvetaeva (1892-1941)



À vida

Não roubarás minha cor
Vermelha, de rio que estua.
Sou recusa: és caçador.
Persegues: eu sou a fuga.
Não dou minha alma cativa!
Colhido em pleno disparo,
Curva o pescoço o cavalo
Árabe -
E abre a veia da vida.

Tradução Haroldo de Campos

À vida

Não colherás no meu rosto sem ruga
A cor, violenta correnteza.
És caçadora - eu não sou presa.
És a perseguição - eu sou a fuga.
Não colherás viva minha alma!
Acossado, em pleno tropel,
Arqueia o pescoço e rasga
A veia com os dentes - o corcel
Árabe.

Tradução Augusto de Campos

Um comentário:

Mariana Silveira disse...

Não conhecia, gostei bastante.

Abraço.