A previsível crônica paulistana já solta comentários pejorativos em relação ao Campeonato Paulista de futebol. Chamá-lo de “Paulistinha” parece inofensivo, mas é o começo de um raciocínio que termina sempre com a defesa da extinção do torneio. Ou seja, com o desaparecimento de dois terços dos times interioranos.
Não pode ser por causa das relações promíscuas entre esporte e política, nem da corrupção dos dirigentes e empresários, pois esses desvios, além de generalizados, têm mais gravidade quando envolvem clubes da capital. E se o título fosse realmente secundário, bastaria dividir por igual as cotas de patrocínio e transmissão, conferindo verdadeiro equilíbrio à disputa. Ah, mas Robinho e Roberto Carlos não topariam, certo?
Na verdade, a campanha contra o Paulista é fruto de despeito e serve para ocultar o fato de que os times do interior estão cada vez mais competitivos. Os super-craques da capital, como seus puxa-sacos midiáticos, estão acostumados a lotar estádios pequenos, comandar a festa, golear com time misto e distribuir autógrafos, pimpões, donos da cocada. Deve ser humilhante viajar quatro horas para levar caneladas num calor senegalês, perdendo o jogo e a pose, e ainda por cima tomando vaia de caipira maluco. Não surpreende, portanto, que depois respondam, avexados: “eu nem queria mesmo...”
Em breve, pelos mesmos motivos, também a Copa do Brasil será chamada de Copinha, várzea, gaveta dos infernos. E os “grandes” começarão a procurar outras prioridades.
Não pode ser por causa das relações promíscuas entre esporte e política, nem da corrupção dos dirigentes e empresários, pois esses desvios, além de generalizados, têm mais gravidade quando envolvem clubes da capital. E se o título fosse realmente secundário, bastaria dividir por igual as cotas de patrocínio e transmissão, conferindo verdadeiro equilíbrio à disputa. Ah, mas Robinho e Roberto Carlos não topariam, certo?
Na verdade, a campanha contra o Paulista é fruto de despeito e serve para ocultar o fato de que os times do interior estão cada vez mais competitivos. Os super-craques da capital, como seus puxa-sacos midiáticos, estão acostumados a lotar estádios pequenos, comandar a festa, golear com time misto e distribuir autógrafos, pimpões, donos da cocada. Deve ser humilhante viajar quatro horas para levar caneladas num calor senegalês, perdendo o jogo e a pose, e ainda por cima tomando vaia de caipira maluco. Não surpreende, portanto, que depois respondam, avexados: “eu nem queria mesmo...”
Em breve, pelos mesmos motivos, também a Copa do Brasil será chamada de Copinha, várzea, gaveta dos infernos. E os “grandes” começarão a procurar outras prioridades.
Um comentário:
Guilherme, vou discordar de um ponto. Não acho que os "times do interior estão cada vez mais competitivos".
Estamos à míngua. A concentração de dinheiro nos quatro grandes é cada vez maior, e não há indícios de ser um processo reversível. Isso se reflete no desempenho em campo. Não há nenhum time do interior na primeira divisão do Brasileiro (só agora vai voltar a ter um, justo o Guarani, que certamente vai cair de novo e consagrar o hepta-rebaixamento em dez anos). Há uns 15 anos, o futebol paulista tinha nove participantes na primeira divisão. No ano passado, os quatro grandes monopolizaram as semis do estadual. Quando um time acerta a mão, como Guará e Ponte em 2008, rapidamente é depenado pelos grandes ou pelo futebol estrangeiro.
As torcidas do interior vão cada vez menos ao estádio (o que pode indicar diminuição no número de torcedores desses times). Isso acontece mesmo com tradicionais times como Ponte, Guarani, Noroeste, XV de Piracicaba, Botafogo de Ribeirão.
Ponte e Guarani, os únicos que ainda têm torcida, colocam em média 4 ou 5 mil torcedores no estádio. Ponha um jogo qualquer do Corinthians, contra um Monte Azul da vida, no Majestoso ou no Brinco Rosa-Choque da Princesa, e verá o estádio cheio.
Sad but true. Mesmo assim, vou continuar indo ao Majestoso mesmo que só tenha eu ali na torcida da Macaca.
Saudações pontepretanas!
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