Enredos sobre conspirações políticas costumam parecer inverossímeis, porque, afinal, a realidade é insuperável em horror e absurdo. Mas, embora distribua suas alfinetadas, Roman Polanski está pouco interessado nos bastidores do poder. Ele usa um roteiro engenhoso e surpreendente para abordar a própria situação de refugiado, banido pelo país que o celebrizou, vítima de governantes e juízes espúrios.
Quem leu sua autobiografia, “Roman de Polanski”, acompanhou as fraudes e manipulações do processo que o levou à prisão e depois à fuga para a Europa. É indecente, e muito característico dos últimos anos da política estadunidense, que um dos maiores cineastas vivos ainda precise trabalhar no exílio, permanentemente ameaçado de extradição, enquanto seus perseguidores espalham violências pelo mundo.
A riqueza do filme assenta nos detalhes do enredo: a falta de nome do protagonista, o bunker na ilha, os relacionamentos ambíguos. Polanski também esbanja domínio narrativo. Os minutos finais concentram um rigor hitchcockiano que talvez apenas Brian de Palma tenha sabido reproduzir.
Quem leu sua autobiografia, “Roman de Polanski”, acompanhou as fraudes e manipulações do processo que o levou à prisão e depois à fuga para a Europa. É indecente, e muito característico dos últimos anos da política estadunidense, que um dos maiores cineastas vivos ainda precise trabalhar no exílio, permanentemente ameaçado de extradição, enquanto seus perseguidores espalham violências pelo mundo.
A riqueza do filme assenta nos detalhes do enredo: a falta de nome do protagonista, o bunker na ilha, os relacionamentos ambíguos. Polanski também esbanja domínio narrativo. Os minutos finais concentram um rigor hitchcockiano que talvez apenas Brian de Palma tenha sabido reproduzir.
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