sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Espoleta


Devem sair por esses dias as prometidas matérias sobre o processo aberto pela ditadura militar contra Dilma Rousseff. Graças a alguns ministros do Superior Tribunal Militar, os papéis não foram transformados na tal “bala de prata” das últimas eleições.

A julgar pela sede com que a mídia serrista correu aos cofres do STM, especialmente a hipócrita Folha de São Paulo, é possível que o material contenha lá seus constrangimentos. Mas alguém de fato acreditaria nas invencionices de sacripantas capazes de estuprar, humilhar, espancar e assassinar inocentes? Que explicação jornalística poderia haver em divulgar as versões de um governo ilegítimo, baseado no logro e na violação dos direitos humanos?

Não deixa de ser curioso ver a imprensa que apoiou o golpe tentando voltar a ele como fonte “informativa”, depois de negar à sociedade o direito de processar os assassinos e torturadores que atuaram a serviço do regime. Também diverte observar como o conceito de privacidade, tão caro ao noticiário político nacional, é maleável às circunstâncias e às conveniências de quem o defende.

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