Como se sabe, a cultura brasileira sobrevive de incentivo fiscal. Com autorização do governo federal, as empresas podem direcionar parte do dinheiro destinado a tributos para os projetos de sua preferência. Todo mundo usa esse instrumento há anos. Todo mundo mesmo: de filmes com atores globais a livros de fotografia, de circos famosos a shows de estrelas sertanejas.
Mas então por que de repente surgiram reclamações contra o projeto de Maria Bethania e Andrucha Waddington?
Primeiro porque boa parte da blogosfera dita “progressista” continua se deixando pautar pela imprensa corporativa. Em vez de questionar certas incongruências do noticiário cultural, tão afeito a lobbies e mistificações, esses comentaristas não apenas engolem suas besteiras mas, pior, ecoam-nas como se tivessem nascido de espírito investigativo desapegado e imparcial.
Em segundo lugar porque existe uma campanha midiática para derrubar a ministra Ana de Hollanda. E não é razoável supor que certa intelectualidade de esquerda, tão sagaz em identificar e denunciar seus inimigos, desconheça os interesses aos quais se alinha nesse tipo chinfrim de polêmica.
Não se trata, portanto, de uma discussão sobre a Lei Rouanet (que, aliás, precisa ser redimensionada urgentemente), mas de uma disputa política do pior tipo: aquele que usa bodes expiatórios para dissimular suas verdadeiras motivações.
4 comentários:
É isso aí, Scalzilli... Aprendi sentindo na própria pele que tão pior quanto a gente da "direita burra" é a gente da "esquerda burra". Eles se dizem progressistas e abertos às opiniões, mas são os primeiros a apontar o dedo... satanizam os religiosos, mas exercem com seus discursos cotidianos puro teologismo fanático (lavagem cerebral)... consideram o sistema eleitoral cubano plenamente democrático, mas criticam com voracidade o sistema eleitoral estadunidense (ambos indiretos). Enfim, essa gente que parou no tempo da Guerra Fria e chama stalinismo de socialismo, usa das mesmas estratégias sujas da direita totalitária para defender a qualquer custo seu egocentrismo utópico e vilipendiar a liberdade alheia.
Abraço!
A Lei Rouanet não existe para qualquer projeto, qualquer artista. Os contemplados são sempre bem selecionados. Tornando-se assim, mais um instrumento fruto da burocracia segregacionista.
George M. tavares
Guilherme,
desta vez você não entendeu direito a questão.Informe-se melhor.
Por que, Anônimo? Peço que ilumine meu raciocínio.
Abraço do
Guilherme
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