É mais fácil culpar coisas inanimadas, doenças imprevisíveis, fatalidades misteriosas. Em vez de enfrentar a realidade escancarada pelo massacre do Realengo, a sociedade prefere esconder-se com a máscara do pacifismo amorfo. Prefere abominar o “monstro”. Ou, pior, prefere defender a volta do plebiscito sobre o desarmamento, reeditando uma farsa gigantesca inventada para dissimular o criminoso desinteresse das autoridades em de fato reduzir a posse ilegal de armas. Que, aliás, não tem nada a ver com o caso.
Será que ninguém parou para indagar por que Wellington de Oliveira decidiu realizar seu ataque justamente na escola? O que o distingue de milhares de jovens humilhados, espancados e perseguidos cotidianamente senão a coragem (e, sim, a lucidez) para realizar aquilo que os outros apenas planejam por toda a vida? Ele não era uma vítima inocente, não merece nosso indulto, sequer nossa comiseração. Mas é razoável lembrar que os professores, funcionários, parentes e alunos que toleraram as violências sofridas por Wellington durante anos foram, em alguma medida, cúmplices de uma tragédia que poderia ter sido evitada.
Será que ninguém parou para indagar por que Wellington de Oliveira decidiu realizar seu ataque justamente na escola? O que o distingue de milhares de jovens humilhados, espancados e perseguidos cotidianamente senão a coragem (e, sim, a lucidez) para realizar aquilo que os outros apenas planejam por toda a vida? Ele não era uma vítima inocente, não merece nosso indulto, sequer nossa comiseração. Mas é razoável lembrar que os professores, funcionários, parentes e alunos que toleraram as violências sofridas por Wellington durante anos foram, em alguma medida, cúmplices de uma tragédia que poderia ter sido evitada.
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