sexta-feira, 11 de novembro de 2011

“A pele que habito”



Um mosaico de temas recorrentes em filmes de Pedro Almodóvar. As muitas acepções de “pele” servem a metáforas sobre sexualidade, beleza, fantasia (disfarce), espelho, sonho, voyeurismo, dominação, loucura. Referências às artes plásticas, especialmente Louise Bourgeois e suas interpretações do desejo, da família, da feminilidade, da psicanálise. Lembra também algo dos brasileiros Leonilson e Arthur Bispo do Rosário, cujas obras o diretor deve ter conhecido em suas viagens pelo país.

No repertório cinematográfico, o inevitável Hitchcock, o Murnau de “Caligari” e as produções de terror dos anos 1950. A abordagem estetizante, bem-sucedida em quase toda a carreira de Almodóvar, pode soar um tanto fria demais para a narrativa folhetinesca, de intensa carga emocional. Qualquer menção ao enredo estragaria a surpresa, mas vale antecipar que ele é “costurado” num encadeamento de retalhos narrativos que aos poucos engendram o final (ou trata-se do começo?). Eis a grande atração do filme.

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