A abertura, deslumbrante, vale o ingresso. Rooney Mara também, dominando as sutilezas de um papel generoso mas dificílimo. O resto do elenco estelar se atém ao protocolo. E há coisas que se poderia objetar quanto ao vilão, mas estragariam a eventual surpresa.
Apesar da estilização “cult” e do entretenimento garantido, resume-se a outra dessas refilmagens hollywoodianas que sugam energias criativas alheias. O original sueco é melhor, em quase todos os aspectos, principalmente na representação crua da violência. O diretor David Fincher optou por amenizá-la um pouco. E, bolas, na Suécia queremos suecos falando sueco...
Ana Maria Bahiana tem razão quando nota que a versão estadunidense realça os furos do enredo, desde o emaranhado de pistas ao epílogo meio desnecessário. Acrescento ainda a fragilidade das histórias paralelas, que poderiam enriquecer o protagonista e deixá-lo tão interessante quanto sua parceira Lisbeth.
Não consigo entender certos projetos temerários que Fincher decide enfrentar. Diretor sempre competente, ele transmite ao filme um esmero de ambientação e ritmo difícil de encontrar no desleixo industrial que o cerca. Mas seus últimos trabalhos parecem muito calcados na perfeição técnica e na eficácia narrativa, como se estes fossem objetivos artísticos suficientes e o texto já não fizesse diferença.
2 comentários:
Também comentei sobre os dois filmes.
Aqui sobre o de Fincher (que vi antes): http://tudo-em-cima.blogspot.com/2012/01/filmes-millennium-os-homens-que-nao.html
Aqui sobre o original (que vi depois): http://tudo-em-cima.blogspot.com/2012/02/filmes-os-homens-que-nao-amavam-as.html
Esse filme é o bicho
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