segunda-feira, 2 de abril de 2012

Embaraço



Excelente a iniciativa do Levante Popular para constranger acusados de participação nos aparelhos de tortura e assassinato do regime militar. Um pouco de radicalismo externo pode chacoalhar a morosidade reinante no governo federal, salvando a Comissão da Verdade da triste insignificância.

As críticas às manifestações não convencem. A profusão de evidências colhidas por estudiosos e militantes dos Direitos Humanos enfraquece a hipótese de que alguém esteja cometendo injustiças. E essa conta deve ser cobrada do próprio Judiciário, cuja omissão escandalosa garantiu a impunidade criminal dos patifes. Aliás, muito bem fariam as supostas vítimas se realmente processassem os ativistas, devolvendo a questão às esferas oficiais aptas a resolvê-la.

A estratégia do embaraço deveria mesmo ir além, estendendo-o aos clientes e fornecedores das empresas dirigidas pelos suspeitos de barbaridades. Ou às instituições públicas e privadas onde eles trabalham. E, já que se tornou “democrático” elogiar a ditadura em certos meios jornalísticos e militares, também aos seus apologistas. Um site com fotos, endereços e emails de todos esses personagens completaria a receita.

Pena que mobilizações do tipo não tenham surgido antes, quando a Lei de Anistia ainda não havia recebido o endosso do STF.

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