Há algo preocupante na condenação de Ana Maria Braga por criticar uma juíza em seu programa diário na Rede Globo. A decisão parte dos necessários limites para a expressão pública de opiniões, mas envereda por subjetividades que no fundo relativizam o direito da apresentadora (e de qualquer pessoa) se manifestar contra decisões judiciais. Radicalizando essa blindagem, chegaremos a uma situação em que os magistrados serão imunes a cobranças externas e à publicidade dos seus equívocos.
Outro detalhe negativo do episódio é o indício de corporativismo na decisão do Tribunal de Justiça. Inúmeras ações contra abusos de grandes veículos são negadas pelas cortes em nome das liberdades de imprensa e de opinião. O suposto vácuo legislativo criado pelo fim da Lei de Imprensa permite que a Veja, por exemplo, destrua reputações impunemente. Quando as vítimas usam togas, no entanto, o Judiciário não admite caprichos liberais.
Um comentário:
http://www.blogdadilma.blog.br/tecnologia/115-redes-sociais/1429-twitaco-marca-1-ano-do-assassinato-do-blogueiro-edinaldofilgueira.html
Nesta sexta-feira, 15, diversas atividades marcam um ano do assassinato do 3º blogueiro e ativista social em todo o mundo (antes de #EdinaldoFilgueira foram mortos por seu ativismo o iraniano Omid Reza Mir Sayafi e o Bahraini Zakariya Rashid Hassan al-Ashiri).
A Deputada Federal Fátima Bezerra (PT-RN) apresentará projeto de lei idealizado no III Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, haverá passeata e missa em sua cidade Natal, além de um twitaço com a hashtag #EdinaldoFilgueira. Edinaldo Filgueira foi um lutador social, filho de agricultores que nem sobrenome possuíam. Foi militante no movimento estudantil, cultural, adquiriu formação superior, jornalista, blogueiro, presidente do PT em sua cidade, e é um mártir na luta pela democratização das comunicações.
“Mas existe nesta terra
muito homem de valor
que é bravo sem matar gente
mas não teme o matador
que gosta de sua gente
e que luta a seu favor
como #EdinaldoFilgueira*
feito de ferro e flor”
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