domingo, 24 de junho de 2012

O picho no polonês



Podemos fazer mil críticas às atividades do tal Cripta Djan e de seu coletivo Pixação. Uma que não lhes cabe, porém, é a da incoerência. Recebida pela Bienal de Berlim para uma oficina, a turma violou os limites acertados e tratou de justificar o convite. Estranho seria se rabiscasse os espaços confortáveis que tinha à disposição, desse uma palestra em inglês, posasse para fotos e depois fosse tomar milk-shakes.

O curador Artur Zmijewski pagou o preço de uma ingenuidade que não se espera de um artista ousado e controverso como ele. Repetindo o equívoco da coordenação da infame Bienal do Vazio, Zmijewski acreditou que as regras de conduta do microcosmo artístico seriam suficientes para domesticar um grupo cuja essência é justamente combatê-las. Saiu pintado de amarelo.

Não existe “meia transgressão”. Se alguém quer extrapolar as fronteiras da arte política, deve estar preparado para enfrentar as conseqüências. Esse hábito de promover a rebeldia e depois chamar a polícia para contê-la ainda vai acabar mal.

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