As acusações da Procuradoria às celebridades
petistas julgadas pelo STF possuem dois eixos básicos: depoimentos de terceiros
e circunstâncias “incriminadoras” de variadas naturezas. Faltam provas
materiais para condenar os personagens mais visados pela imprensa
oposicionista. Os ministros decidirão se a lacuna é suprida pelos testemunhos e
pela notória influência dos acusados.
Essa questão “notória” confere importância
particular à cobertura jornalística. Subjetiva por natureza, a decisão sobre a
imaginária pauta de certo encontro ou sobre a ciência que um indivíduo tem dos
feitos alheios depende muito daquilo que se toma por fato e da imagem pública
dos personagens envolvidos. Seria compreensível que os ministros tivessem
dúvidas acerca de tão aleatórias suposições, mas na imprensa não faltam respostas
diárias para elas.
A famosa “opinião
pública”, freqüentemente lembrada pelos magistrados, é uma justificativa para
amenizar o inevitável caráter político dos seus votos futuros. Também é uma
forma de empurrar para fora do tribunal (portanto, para fora da sua alçada
estritamente jurídica) a responsabilidade por eventuais injustiças. Lavam as
mãos: a culpa é das “bases”.
Os nobres ministros
parecem dispostos a imitar seus equivalentes legislativos também na fritura dos
bodes expiatórios ocasionais.
Um comentário:
E agora recebem o apoio luxuoso do maluco beleza da hora: um que se diz o Cristo reencarnado! Não sei se é para rir ou chorar. Confesso que, às vezes, fico na maior dúvida. Até onde vai essa loucura toda?!
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