Veículo para o talento superior de Juliette
Binoche. Primeiro filme dirigido pela atriz Sylvie Testud, com extensa carreira
em produções francesas. Traz também o bom diretor Mathieu Kassovitz, como par
romântico da diva. Os cenários parisienses são bem escolhidos, aproveitando seu
inevitável glamour turístico.
À primeira vista, o enredo parece batido. Mas
depois notamos a interessante particularidade do roteiro (imagino que citá-la
não estraga eventuais surpresas): a “outra” face da protagonista é apenas um
espectro para o público, embora pertença ao universo representado no filme. Nem
por isso confunde-se com a personalidade “real” de Marie, que existe numa
dimensão exterior à filmada. Os sinais fornecidos pelos personagens secundários
nos ajudam a conhecer a mulher que não vemos. A verossimilhança de tudo advém
da sutileza com que são apresentados.
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