segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Surpresos e frustrados

















Duas análises publicadas aqui antecipavam boas perspectivas para a campanha de Fernando Haddad. A primeira, de março, apontava as fragilidades da candidatura de José Serra. A segunda, de setembro, sugeria que a ascensão de Celso Russomano era ainda mais positiva para o petista. Sem falsa modéstia, o que esse arremedo de futurologia mostra é que existiam evidências fartas, disponíveis a qualquer curioso, para interpretar o quadro sucessório com alguma segurança.

Em cenário marcado pela ânsia da novidade, um político veterano, de altíssima rejeição e perfil agressivo, não teria chances razoáveis contra o alcance popular de Lula e Dilma. Já o novato ultraconservador, com tempo irrisório de mídia e penetração quase restrita aos mesmos setores que formam a base do eleitorado lulista, cedo ou tarde sentiria a falta da mobilização da classe média, histórica simpatizante do tucanato.

Também parecia evidente que Russomano, Gabriel Chalita e Sônia Francine levariam mais constrangimentos do que benefícios para o projeto serrista. Inicialmente abraçados pela direita como neutralizadores das inovações representadas por Haddad, terminaram reforçando-as em demasia, influindo na derradeira comparação com o estilo caduco de Serra.

Os sabichões da imprensa corporativa teriam previsto com boa antecedência o desfecho da disputa paulistana se baseassem seus comentários nos fatos e na lógica. Fazendo proselitismo eleitoral, cegos pelas próprias vontades inconfessas, apostaram numa imprevisibilidade que só fazia sentido no imaginário dos militantes e torcedores do finalista derrotado.

Um comentário:

Vania disse...

A foto está impagável. Pena que os retratados na mensagem não sejam que nem essa doçura de menina! Sem dúvida, quem lê o seu blog pode confirmar suas observações. Que bom que Haddad se elegeu!