Duas análises publicadas aqui antecipavam boas
perspectivas para a campanha de Fernando Haddad. A primeira, de março, apontava
as fragilidades da candidatura de José Serra. A segunda, de setembro, sugeria
que a ascensão de Celso Russomano era ainda mais positiva para o petista. Sem
falsa modéstia, o que esse arremedo de futurologia mostra é que existiam
evidências fartas, disponíveis a qualquer curioso, para interpretar o quadro
sucessório com alguma segurança.
Em cenário marcado pela ânsia da novidade, um
político veterano, de altíssima rejeição e perfil agressivo, não teria chances
razoáveis contra o alcance popular de Lula e Dilma. Já o novato
ultraconservador, com tempo irrisório de mídia e penetração quase restrita aos
mesmos setores que formam a base do eleitorado lulista, cedo ou tarde sentiria
a falta da mobilização da classe média, histórica simpatizante do tucanato.
Também parecia evidente que Russomano, Gabriel
Chalita e Sônia Francine levariam mais constrangimentos do que benefícios para
o projeto serrista. Inicialmente abraçados pela direita como neutralizadores
das inovações representadas por Haddad, terminaram reforçando-as em demasia, influindo
na derradeira comparação com o estilo caduco de Serra.
Os sabichões da imprensa corporativa teriam
previsto com boa antecedência o desfecho da disputa paulistana se baseassem
seus comentários nos fatos e na lógica. Fazendo proselitismo eleitoral, cegos
pelas próprias vontades inconfessas, apostaram numa imprevisibilidade que só
fazia sentido no imaginário dos militantes e torcedores do finalista derrotado.
Um comentário:
A foto está impagável. Pena que os retratados na mensagem não sejam que nem essa doçura de menina! Sem dúvida, quem lê o seu blog pode confirmar suas observações. Que bom que Haddad se elegeu!
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