O surgimento da pioneira banda de rock formada só
por garotas, entre elas a depois cultuada Joan Jett. Não sobressai do padrão
corriqueiro das cinebiografias musicais, abordando superação, sexo, drogas e episódios
controversos. Dakota Fanning (irreconhecível) e Kirsten Stewart fazem o possível para honrar os papéis dificílimos que enfrentam. Michael
Shannon, sempre marcante, brilha na composição do lendário produtor Kim Folley, que “inventou” as
moças.
O fato de ser baseado na autobiografia da
vocalista Cherie Currie e de ter produção da própria Joan Jett explica o
lamentável desinteresse do filme nas outras componentes do grupo, particularmente
a guitarrista Lita Ford. A direção da estreante Floria Sigismondi,
especializada em videoclipes, peca pelo respeito excessivo àquelas referências,
embora não esconda o aspecto gratuito, um tanto rudimentar, da cultura punk. A
trilha sonora é excepcional, porém, digna do espírito setentista mais
anárquico.
Em plena efervescência do fenômeno comercial “Crepúsculo”,
um filme que apresenta suas atrizes vivendo uma aventura adolescente insana, como
personagens reais e emblemáticas, prometia estrondoso sucesso junto ao público jovem
brasileiro. Mas o moralismo jeca dos nossos distribuidores conseguiu ser maior
que sua gana por lucro (que horror! Lésbicas! Menores de idade! Fumando
maconha! Heresia!), e o filme teve um lançamento irrisório, quase restrito ao
mercado televisivo.
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