sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“The runaways”



















O surgimento da pioneira banda de rock formada só por garotas, entre elas a depois cultuada Joan Jett. Não sobressai do padrão corriqueiro das cinebiografias musicais, abordando superação, sexo, drogas e episódios controversos. Dakota Fanning (irreconhecível) e Kirsten Stewart fazem o possível para honrar os papéis dificílimos que enfrentam. Michael Shannon, sempre marcante, brilha na composição do lendário produtor Kim Folley, que “inventou” as moças.

O fato de ser baseado na autobiografia da vocalista Cherie Currie e de ter produção da própria Joan Jett explica o lamentável desinteresse do filme nas outras componentes do grupo, particularmente a guitarrista Lita Ford. A direção da estreante Floria Sigismondi, especializada em videoclipes, peca pelo respeito excessivo àquelas referências, embora não esconda o aspecto gratuito, um tanto rudimentar, da cultura punk. A trilha sonora é excepcional, porém, digna do espírito setentista mais anárquico.

Em plena efervescência do fenômeno comercial “Crepúsculo”, um filme que apresenta suas atrizes vivendo uma aventura adolescente insana, como personagens reais e emblemáticas, prometia estrondoso sucesso junto ao público jovem brasileiro. Mas o moralismo jeca dos nossos distribuidores conseguiu ser maior que sua gana por lucro (que horror! Lésbicas! Menores de idade! Fumando maconha! Heresia!), e o filme teve um lançamento irrisório, quase restrito ao mercado televisivo.

Nenhum comentário: