Além da coerência administrativa, Dilma Rousseff
demonstra habilidade política nas pressões para reduzir os custos da energia
elétrica em certos estados.
Não obstante a necessidade de baixar os valores do
insumo, entre os mais caros do mundo, a iniciativa representa um constrangimento
inédito para a oposição. Esta não pode abrir mão de estruturas gigantescas e
milionárias que sustentam exércitos de correligionários, mas tampouco possui
argumentos técnicos para simplesmente abortar uma novidade que beneficiaria a
população, a indústria, o comércio e o próprio crescimento econômico daquelas
regiões.
Cada vez que a imprensa corporativa mexe nesse
vespeiro, tentando desqualificar a medida, alimenta a imagem sabotadora das lideranças
estaduais demotucanas e força reflexões indigestas sobre a privataria dos governos FHC. Discutir a renovação das concessões elétricas envolve pesar suas
vantagens para o consumidor final, o que leva aos desrespeitos e abusos cotidianos praticados pelas outras empresas que receberam as mesmas
prerrogativas.
O mínimo questionamento do processo de dilapidação
do imenso patrimônio estatal brasileiro geraria armadilhas perigosas,
especialmente para certos planos (re)eleitorais do ano que vem. Além disso, a
mistura explosiva de oportunidade e interesse público pode abafar a costumeira pauta
do temido apagão energético, que o noticiário só aborda quando carrega dimensões federais.
Se o assunto desaparecer de repente, já sabemos o motivo.
Se o assunto desaparecer de repente, já sabemos o motivo.
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